Quem caminha por determinados cruzamentos de grandes cidades já começa a se deparar com um detalhe curioso: botoeiras fixadas discretamente nas calçadas próximo aos semáforos. À primeira vista, passam despercebidas em meio ao ritmo acelerado das ruas, mas pouco a pouco começam a despertar atenção de quem observa o espaço urbano.
Para especialistas em mobilidade, no entanto, a simples existência dessas botoeiras sinaliza uma mudança importante na forma como o trânsito pode ser organizado, equilibrando a convivência entre pedestres e motoristas.
O que são semáforos com botoeiras?
O sistema funciona de maneira simples: um botão instalado próximo à faixa de pedestres envia o comando imediato ao semáforo, que ativa o vermelho para os carros e libera a passagem no verde. O tempo de espera é mínimo, garantindo agilidade e proteção. Além disso, há um sistema sonoro para auxiliar pessoas com deficiência visual.
Esse tipo de sistema é comum em cidades da Europa e da América do Norte. Agora, começa a ganhar espaço também no Brasil.
Onde eles estão instalados?
Em São Paulo, já são 165 botoeiras sonoras distribuídas em 35 cruzamentos da capital. Depois da fase inicial em São Paulo, a experiência começou a chamar atenção de outras capitais. Prefeituras de diferentes regiões já avaliam a adoção do modelo, principalmente pelo custo acessível se comparado a grandes obras de infraestrutura. A simplicidade e a rapidez de implantação tornam a proposta ainda mais atraente para gestores que buscam soluções práticas para melhorar a mobilidade urbana.
Por que essa mudança é relevante?
Levantamentos da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) mostram que boa parte dos atropelamentos ocorre em situações de distração ou quando pedestres arriscam atravessar fora da faixa. Com as botoeiras, o controle da travessia passa para quem está a pé, reduzindo riscos e diminuindo a pressa de avançar no sinal fechado.
Além da segurança, especialistas ressaltam que os semáforos com botoeiras também representam inclusão. Idosos, pessoas com deficiência e famílias que circulam com crianças passam a ter mais autonomia e não precisam enfrentar longas esperas nos cruzamentos. É um avanço que vai além da tecnologia: trata-se de um passo importante para tornar a mobilidade urbana mais justa, segura e acessível para todos.
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